San Salvador,
1 de Dezembro, 2024.
Caro Ernest,
Chegou a hora de me despedir. Um até breve dolorido mas necessário.
Dia 2o estarei retornando ao Brasil. Quero descansar. Já tinha organizado e planejado minha ida à Belize, mas sinto que é o momento de recarregar as energias e tocar a vida novamente.
Completarei, ao fim da minha estadia em El Salvador, 8 meses longe de casa; viajando, trabalhando, conhecendo pessoas, estudando, pensando, namorando, encontrando velhos amigos, renascendo, planejando.
Te confesso que não há mais o sentimento em mim de “quero ficar”, e sim, o sentimento de que “vivi o que tinha que viver”. Não tive todas as experiências, mas cheguei no meu limite atual. Penso que estarei mais preparado da próxima vez, não tenho dúvida disso.
As mudanças são sempre impactantes, desbravar um novo lugar te deixa empolgado, mas infelizmente, este momento não é tão duradouro. As pessoas se acostumam com sua presença, você deixa de ser novidade, e todos começam a tocar a sua vida, é normal e acontece.
Não há nada melhor que a novidade, é viciante. Nos primeiros dias é como estar sob o efeito de drogas, tudo é maravilhoso e lindo, mas com o tempo, perdemos esse brio inicial, e entramos na rotina e no comum.
Tem uma frase que fala do “sempre viver como se estivesse viajando”, o que eu traduzo como “viva sempre buscando algo novo”. Buscar novidades e, quem sabe, um novo prazer nelas.
Acho que é isso Ernest, como um novo mantra de vida, buscar o novo e não cair na armadilha da rotina e do comum. Volto ao Brasil, mas não para a vida que eu tinha, mas para conhecer um novo Brasil, um novo Tiago, na minha terra.
Nos vemos.