Godzilla Minus One – 2023 – Japão.
- Direção: Takashi Yamazaki.
- Roteiro: Ishirô Honda, Takeo Murata e Takashi Yamazaki.
Aproveitei que a Netflix lançou em sua plataforma, e já assisti.
Estava muito curioso sobre o filme, e nem tanto pela repercussão, pois não é o tipo de filme que me empolga e também por ter prometido não assistir mais nada de Godzilla! (não aguentava mais). Minha vontade de assistir era pelo baixo orçamento vs qualidade que as pessoas estavam falando que o filme tinha.
Para se ter ideia, um filme tenebroso como Kong x Godzilla, teve um orçamento de 155-200 milhões de dólares, e Godzilla Minus One, um filme mil vezes melhor e ganhador do Oscar de melhores efeitos visuais (às vezes o Oscar acerta), teve um orçamento de 10-12 milhões de dólares.
Considero esse, disparado o melhor filme de Godzilla que eu já vi, mas o meu gosto pessoal me impede de fazer uma análise mais positiva sobre o filme, porque para mim, os clichês ainda estão ali, com aquele monstrão destruindo a cidade e as pessoas tentando impedir, acho tudo meio bobo e simplório. O Godzilla era uma metáfora para a bomba atômica, mas há algum tempo, tinha virado apenas um monstro destruidor de cidades.
Com orçamentos cada vez maiores, os filmes desse tipo sempre são lançados com riscos gigantes de prejuízo. Minus One, com produção e atores japoneses, mostra que é possível fazer bons filmes de baixo orçamento e com muitos efeitos especiais, que é um fator determinante para encarecer os filmes.
Não adianta criar um monstro perfeito, que pareça ser real, se a história é uma porcaria! O cinema americano gasta rios de dinheiro para produzir efeitos incríveis (que muitas vezes ficam toscos também), com histórias péssimas. É uma inversão de valores, é um show pirotécnico, é como assistir à queima de fogos no réveillon. Você só sabe que é bonito, mas não procura nenhum significado naquela chuva de brilhos, até porque não tem.
Em Minus One, a história da 2ª guerra + pilotos Kamikaze é muito boa, e se conecta perfeitamente com o surgimento do Godzilla. É como se os japoneses precisassem desse confronto para ressignificar o Japão e seu povo.
Dentro do “gênero” Godzilla/Monstros, é um dos melhores filmes que já vi. Meu problema é a sensação de que estou vendo sempre a mesma coisa, uma sensação de perda de tempo, de não conseguir distinguir um filme do outro. No caso de Godzilla Minus One, não sinto isso, e mesmo dentro dos clichês e padrões desses filmes, creio que ele tenha me marcado.
O público se acostumou com os filmes “caça-níqueis” sendo os filmes “pipoca” da geração 2000. Aceitamos goela abaixo qualquer grande produção que tenha um super-herói, um monstro, um dinossauro, um elfo mágico; e esquecemos do que é realmente um filme pipoca de verdade, que nos entretém, que marca, que não nos engana, que não é um produto fabricado para consumo em massa, que é um filme feito por artistas e não por um estúdio que só visa a bilheteria e o lucro.