Assisti o documentário de Agnès Varda, Saudações Cubanas. Um filme/documentário feito com 1800 fotos tiradas por ela em Cuba, 4 anos após a revolução. Maravilhoso e inspirador.

Somos apresentados aos líderes revolucionários e, principalmente, a artistas de diversas áreas. É incrível a força cultural de um país/ilha com pequenas dimensões como Cuba.
Documentários e reportagens sobre Cuba são sempre interessantes, é um país único. A repressão nunca é bem-vinda, mas Guimarães Rosa já dizia, que as limitações para um artista, são combustíveis para a sua criatividade. Muitas vezes, somos fruto de onde vivemos.
É quase impensável, em um cenário pós-ditadura, quando Che Guevara derruba o governo de Fulgencio Batista, a quantidade de movimentos culturais que foram se fortalecendo, e isso em um período de 4 anos.
Escrevi esse texto fumando um charuto que estava há tempos no meu armário, infelizmente, “charuto não cubano” (creio que era baiano). Peguei, cortei, acendi, sentei na cadeira. Queria escrever sobre Cuba, só não sabia o que.
Cuba é reduzida de diversas formas, como se só a política fosse o que a definisse, e que sua história se resumia a isto. É um mito gigante.
Consuma cultura cubana. Escute Buena Vista Social Club e se apaixone, escute Beny Moré, e veja do que é capaz o ícone da música cubana pós guerra. Apesar de diferentes, Cuba tem algo de Brasil no seu DNA.
Postei um texto recente sobre “O Velho e o Mar”, de Ernest Hemingway, uma obra prima em que me apaixonei. A história é sobre um pescador cubano chamado Santiago. Hemingway viveu por 20 anos em Cuba, e adivinhe só, isso é citado no filme de Agnès, mostrando a casa onde viveu, no que hoje é um museu dedicado à sua memória.
Adoro essas coincidências.
O documentário “Salut Les Cubains”, está disponível no streaming da MUBI.
A seguir, coloco um dos meus trechos favoritos, a dança através das fotografias.