
Em quantos lugares você pode estar no frio das montanhas, cercado por 3 vulcões, e em 1 hora, estar na beira da praia tomando sol e bebendo cerveja gelada? Em El Salvador.
O país tem as dimensões de Sergipe, o menor estado brasileiro, cerca de 21 mil km², portanto, podemos conhecer em pouco tempo, diversas partes de sua complexa composição geográfica.
As notícias que a imprensa brasileira divulga sobre El Salvador, são 100% para falar de violência e do seu atual presidente. Claro que isso impacta no consciente coletivo das pessoas, e estabelece um certo tipo de visão negativa sobre o país.
Acontece que El Salvador é muito mais do que isso.
O país é todo arborizado. Digo que eles pediram licença para estar aqui, respeitando a natureza, tudo me parece bem cuidado e preservado. Não existe “selva de pedra” como nos referimos a São Paulo, sempre há verde, independentemente do lugar.
Há mais de 200 vulcões no país, o que já torna todo o resto interessante; as praias, lagos, montanhas, bosques, cultivo, tudo parece ser distinto e único pela proximidade com os vulcões.
Quando fui pela primeira vez às montanhas, acompanhando uma capacitação para produtores de cana de açúcar, ficamos próximos a 3 vulcões. Quando estávamos indo embora, já em uma estrada de terreno mais baixo, ao nosso lado, uma longa e estranha “terra preta” cobria parte dos campos, o que descobri se tratar de lava vulcânica seca, de um vulcão ativo da região.
Mais tarde, no mesmo dia, fui a outro lugar maravilhoso chamado Surf City, com Yanis, uma garota de Belize que veio a El Salvador para fazer essa capacitação com os produtores de cana.
Surf City é um local voltado para o turismo, com praias para todos os lados, restaurantes, e lojas de souveniers. Em 5 minutos por lá, meus olhos brilharam quando avistei uma loja brasileira de açaí, chamei Yanis e entramos; ela nunca tinha ouvido falar, pedi a combinação tradicional com granola, mel e banana para compartirmos. Neste meio tempo, entraram uma penca de brasileiros também em busca do açaí, e como só tinha uma atendente, foi um pouco demorado, então podemos conversar bastante. Eles estavam viajando para vários lugares em busca de picos de surf, e segundo eles, El Salvador era melhor que qualquer lugar do Brasil para surfar.
As praias não eram tanto para nadar, mas para serem apreciadas a distância, ou desbravadas por surfistas. Esse dia foi mágico, especial. Voltar a estar na praia era como se estivesse em casa novamente.
Yanis comprou um bocado de lembranças, amou o açaí, e de quebra, ainda tomou caipirinha (supostamente com cachaça). Mas mais que tudo, ficou encantada com os brasileiros que conversaram com a gente, e quem não fica? Fala aí.
Esse é um país que as pessoas deveriam conhecer melhor e se despir dos preconceitos. Bons preços, lugares incríveis e pessoas maravilhosas.